Quando a Rotina Cega o Relacionamento
A rotina faz parte da vida. Ela organiza o tempo, dá segurança e permite que as coisas funcionem. Mas, quando o casal se deixa levar apenas pelo automático, a rotina pode se transformar em cegueira. Sem perceber, marido e esposa deixam de se olhar de verdade, de se perguntar como o outro está, de prestar atenção aos sinais de cansaço, tristeza ou sobrecarga.
Essa cegueira silenciosa abre espaço para discussões que corroem o amor. É justamente por não enxergarem de verdade um ao outro que as brigas se instalam e crescem. Muitas vezes, tudo começa com uma acusação: “Você é isso…” e logo vem o rebate: “E você então…”. A partir daí, a cegueira mútua alimenta um círculo de acusações intermináveis, um verdadeiro “blá-blá-blá”. O desejo de “ganhar a razão” fala mais alto do que a capacidade de parar, ouvir em silêncio e se perguntar: “E eu, como estou contribuindo para isso?” O resultado é um ciclo desgastante, onde ninguém escuta e ambos saem feridos.
Mas a boa nova é que esse ciclo pode ser rompido. O matrimônio é uma escola de aprendizado constante, onde o Mestre é Jesus. Ele nos ensina a olhar primeiro para dentro, a reconhecer nossas próprias limitações e a viver o amor como entrega e cuidado. Quando o casal volta a se olhar nos olhos, a escutar com atenção e a corrigir a si mesmo antes de apontar o dedo para o outro, a cegueira dá lugar à luz que renova o amor.
O amor não se sustenta apenas em rotinas bem cumpridas — acordar, levar os filhos à escola, trabalhar, voltar para casa, dormir e recomeçar tudo no dia seguinte. É preciso criar momentos fora do automático, onde aconteça o encontro de verdade: parar um instante, tomar um café juntos, conversar sobre a vida, olhar-se nos olhos sem pressa. É nesses respiros que a rotina deixa de ser cegueira e se transforma em caminho de crescimento e maturidade.
💬 Para refletir:
A rotina de vocês tem sido um espaço de atenção e cuidado mútuo, ou tem se tornado cegueira que abre portas para discussões e desgastes?

Comentários
Postar um comentário